Artistas norte-mineiros vão transformar fachadas das agências do BNB em Montes Claros e Arinos em galerias urbanas


Os norte-mineiros Luana Z. e Jhonnata Siqueira, o Dread, vão transformar as fachadas das agências do Banco do Nordeste em Montes Claros e Arinos, respectivamente, em arte. Os dois foram selecionados via edital público para propostas de intervenção nas unidades da instituição, por meio do projeto Galerias Urbanas.

 

 

Luana Z. Foto Nilde Fer.

As propostas homenageiam a cultura regional. Luana Z., natural de Salinas e com trajetória acadêmica e profissional em Montes Claros, inscreveu “O melhor lugar do mundo”, que faz referência à música “Dentro de um abraço”, do Jota Quest.

“Por meio dessa obra, busco explorar a profundidade e a beleza desse gesto simples, mas carregado de emoções. O gesto do abraço transcende barreiras e promove um senso de unidade entre as pessoas. Independentemente de raça, gênero, religião ou origem, todos anseiam por um abraço, por uma conexão humana genuína. A escolha das cores preto e branco também remete à simplicidade e à atemporalidade do gesto do abraço. Essas cores básicas destacam a essência pura e universal do ato de abraçar, que não conhece limites de tempo ou espaço. É um gesto que perdura ao longo da história da humanidade e transcende as circunstâncias atuais”, explica a artista.

Dread é montes-clarense e vai implementar em Arinos a proposta “Folia de Reis de Bom Jesus”. “Sempre que eu vou desenvolver algum trabalho, faço uma pesquisa relacionada às origens e cultura do local e tento retratar nos meus painéis a história que o lugar carrega. O resgate da cultura local e é uma forma de fazer com que as pessoas também valorizem o que elas têm de melhor no lugar, o que já é tradicional. Inclusive tenho boas memórias da Folia de Reis, é algo que fez parte da minha infância no Norte de Minas, onde eu cresci”, lembra.

O superintendente estadual do BNB, Wesley Maciel, destaca que o apoio à cadeia produtiva cultural também é uma atribuição que promove desenvolvimento regional. “O Banco do Nordeste é muito mais do que uma instituição financeira que oferece taxas de juros reduzidas e prazos de pagamento mais longos. É um bem da sociedade e nada mais justo do que valorizar a cultura e os artistas locais. Temos certeza de que nossas unidades ficarão ainda mais belas e atrativas depois das intervenções”, afirma o gestor.

O edital selecionou ao todo 60 propostas, que receberão R$ 358 mil para transformar as fachadas de agências também em Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. O resultado com os nomes de todos os vencedores está publicado na página do Banco do Nordeste na internet.

Galerias Urbanas

O Galerias Urbanas é um projeto de intervenção artística realizado pelo Banco do Nordeste Cultural, que tem como objetivo fortalecer o papel institucional do BNB como garantidor de direitos culturais e promotor da cadeia produtiva das artes visuais nos estados que fazem parte da sua área de atuação.

O projeto teve início em outubro de 2019, contemplando seis agências do interior da Paraíba, onde os artistas Shiko, Thayroni Arruda, Flora Santos, Dyógenes Chaves, Thaynha, Dedoverde e Bisouro tiveram participação na confecção dos murais que homenagearam ícones da música do estado, como Jaguaribe Carne, Socorro Lira, Elba Ramalho e Jackson do Pandeiro.

O gerente da Célula de Gestão da Cultura do Banco do Nordeste, Murilo Albuquerque, conta que o programa Galerias Urbanas nasceu como uma retomada do diálogo entre as ações negociais e culturais desenvolvidas pelo BNB, após experiências exitosas ocorridas entre os anos de 2009 e 2014, proporcionando à população atendida a oportunidade de conhecer a produção dos artistas paraibanos do grafite e enaltecendo a produção musical dos seus conterrâneos. Atualmente 18 painéis de 15 metros quadrados estão distribuídos em seis agências da Paraíba.

Os artistas

Jhonnata Siqueira, o Dread. Foto Guilherme Monteiro.

Luana Z. é uma artista visual cuja paixão pelo desenho começou na infância, quando descobriu o poder de dar vida às ideias. Em um estilo acromático, inspirado no cordel, de uma forma mais contemporânea, utiliza o contraste entre o preto e o branco para expressar as dualidades da vida, mesclando agressividade com leveza, representando os desafios e conquistas. Sempre com um toque de movimento, refletem o eterno giro da vida.

Suas obras são um mergulho profundo na complexidade do feminino, na celebração das formas, na desconstrução de padrões sociais enraizados e são, ao mesmo tempo, um reflexo das memórias da infância, da superação de desafios pessoais e da celebração da vida. É uma ode às memórias do Sertão, à luta contra a seca, à força da fé e à constante transformação do mundo que nos rodeia.

Jhonnata Siqueira, mais conhecido por Dread, é um artista brasileiro que combina a expressividade da arte de rua com um notável realismo na pintura. Nasceu no Norte de Minas, Dread e na capital do estado desenvolveu sua paixão pelas artes visuais. Suas obras são marcadas por cores vibrantes e técnica que impressiona quem tem o privilégio de apreciá-las.

Desde a infância, Dread demonstrou um talento natural para o desenho. Já ministrou oficinas de grafite em escolas, universidades, casas de cultura, ateliês e eventos públicos. Com vários projetos aprovados, Dread tem contribuído significativamente para a promoção de valores por onde passa. Suas obras podem ser encontradas em diversos locais, desde vias urbanas até áreas industriais, tanto em espaços externos quanto internos.

 

 

Fachada do Centro Cultural Banco do Nordeste Sousa, na Paraíba, parte do projeto Galerias Urbanas.

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