Gêmeas recebem transplante renal na Santa Caas Montes Claros


UM NOVO CAPÍTULO

Por Ana Paula Paixão

 

As gêmeas Dayane e Rayane vivem um novo capítulo de vida. Aos 32 anos, as irmãs foram submetidas, simultaneamente, ao procedimento de transplante renal. As jovens, que descobriram há cerca de dois anos o problema da insuficiência renal, receberam a esperança de uma vida mais saudável através da generosidade da família de um doador falecido.

O transplante renal é um procedimento delicado, mas extremamente eficaz para aqueles que sofrem de insuficiência renal crônica. No caso das gêmeas, elas contaram com a generosidade de uma família que fez a doação dos órgãos de seu ente querido após a confirmação da morte encefálica.

O superintendente da Santa Casa Montes Claros, Maurício Sérgio Sousa e Silva, elogia as equipes envolvidas. “O procedimento foi conduzido por uma equipe multiprofissional dedicada, que busca, todos os dias, fazer a diferença para cada um de nossos pacientes. Para nós, é uma honra contar com profissionais tão experientes em nossa instituição”, fala.

 

A médica nefrologista, Dra. Ana Carolina Guedes Meira, explica sobre a necessidade do procedimento. “A doença renal das gêmeas se chama Doença Renal Policística do adulto, e é uma doença genética de caráter autossômico dominante que se passa com as gerações. Ela é uma causa importante de doença renal crônica e não tem cura, grande parte dos portadores precisa de hemodiálise com o evoluir da doença. Por serem gêmeas idênticas, as duas receberam o mesmo gene doente. Por ser genética, vários familiares têm a doença, o que dificulta a doação em vida. Nessa doença, os rins aumentam muito de tamanho por causa do aparecimento de cistos que podem facilitar infecções urinárias e sangramentos”, esclarece.

As gêmeas ficaram em tratamento de hemodiálise por pouco mais de um ano e meio no hospital Dilson Godinho. Elas contam, cheias de gratidão, o momento em que foram informadas que receberiam o novo órgão. “Quando recebi a notícia do transplante eu fiquei sem acreditar porque nessas últimas semanas eu já estava colocando a cabeça que eu não sairia da hemodiálise”, disse Rayane. “Quando foi no início deste ano, a doutora Tatiana ligou pra gente falando para ir fazer a sessão da hemodiálise. Aí depois descobri que era para fazer o transplante. Fiquei muito surpresa, ansiosa e nervosa ao mesmo tempo. A gente chegou aqui na Santa Casa e a médica deu a notícia que a gente ia ser transplantada e que o rim já estava aqui, graças a Deus”, complementa Dayane.

Para o urologista Dr. Conrado Menezes, que também participou do procedimento, poder proporcionar uma qualidade de vida melhor para as pacientes é motivo de gratidão. “Fico extremamente feliz e satisfeito de poder participar desses momentos em que a gente realmente consegue ser um instrumento para que outra pessoa melhore. E é pra isso que a gente se formou e se especializou. A sensação é de gratidão mesmo por poder participar de um momento tão importante na vida dessas pessoas”,afirma o médico.

O transplante renal não apenas melhora a qualidade de vida, mas também oferece uma nova oportunidade para um futuro livre das limitações impostas pela doença renal crônica, como explica o Dr. Conrado. “Essas garotas tinham em torno de 35 a 45% desenvolverem insuficiência renal até os 60 anos. A importância de fazer o transplante é em relação a melhorar a qualidade de vida, pois, depois que entraram na hemodiálise, elas ficaram restritas três vezes por semana por conta do tratamento. Então, perde muito em qualidade de vida. Assim, após o procedimento a expectativa é de que elas tenham uma vida praticamente normal, usando apenas medicamentos imunossupressores para controle do transplante”, complementa o urologista.

As gêmeas contam quais são suas expectativas de agora em diante.  se recuperem completamente, levando vidas saudáveis e ativas. “Tenho três filhos e agora eu vou retomar vários projetos, como fazer cursos porque eu sempre gostei de fazer essas coisas. Cuidar dos meus filhos, poder passear com eles e viver a vida mesmo”, ressalta Rayane. “Tenho quatro filhos e sou casada. Agora é só alegria. Eu sempre fui alto astral, mas quando eu descobri que eu tinha que fazer o tratamento, a hemodiálise, eu tive depressão, o cabelo caiu todo, não tinha astral pra nada, não fazia nada, era só tristeza. Hoje, graças a Deus, eu creio que vai ser melhor”, conta Dayane.

Para Maurício Sérgio o “transplante renal das gêmeas Dayane e Rayane na Santa Casa representa mais que um procedimento, é também a demonstração da generosidade humana que tornou possível esse novo capítulo na vida dessas jovens. Esperamos que essa história inspire mais pessoas a considerar a doação de órgãos, proporcionando esperança e cura a aqueles que enfrentam desafios semelhantes”.

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