Resultados da pesquisa
Dos 760 profissionais avaliados no levantamento, a maioria era do sexo feminino (85,7%) e idade até 40 anos (50,1%). De acordo com a pesquisa, 89,5% dos profissionais entrevistados apresentaram percentual de gordura corporal elevada e 53,3% tiveram excesso de peso/obesidade. Entre os fatores de risco, observou-se entre os professores alta prevalência de substituição de refeições principais por lanches (91,7%).
Insatisfação com o trabalho
Cerca de 60% dos professores participantes da pesquisa relataram estar insatisfeitos com o trabalho docente. A professora Desirée Haikal explica que “entre os professores insatisfeitos com o trabalho, houve maior proporção de comportamentos de risco quanto ao abuso da internet e sintomas relacionados à saúde mental, assim como menores prevalências de realização de exames preventivos e de indivíduos ativos fisicamente, quando comparados aos professores satisfeitos com o trabalho”.
Resultados para a Universidade
A professora Desirée Haikal destaca que o grupo de pesquisa do projeto fortaleceu e incentivou outras coletadas de dados envolvendo professores, inclusive envolvendo agora professores de todo o estado de Minas e não mais somente restrito a Montes Claros. “Temos nos consolidado como grupo de pesquisa envolvendo as condições de saúde e trabalho de professores da educação básica”.
“Além disso, já foram publicados ou aceitos para publicação, cerca de 40 artigos científicos em periódicos nacionais e internacionais, entre os anos de 2017 e 2023 com temática envolvendo a saúde de professores da educação básica estadual. Os resultados são de grande importância, não só por levarem o nome da Unimontes, mas principalmente pela busca da valorização do trabalho docente, possibilitando um olhar aprofundado para a saúde de professoras e professores, bem como possíveis intervenções para melhorar a qualidade de vida desses trabalhadores”, afirma a pesquisadora.
Política de bem-estar saúde e qualidade de vida dos profissionais da educação
A política pública, definida pela referida lei, tem como objetivos: o desenvolvimento de ações direcionadas para a atenção à saúde integral e a prevenção ao adoecimento dos trabalhadores, bem como o estímulo a práticas que promovam o bem-estar no trabalho de maneira humanizada e duradoura. “A repercussão maior do artigo especificamente mencionado (“Fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis entre professores da educação básica”) se deu porque ele foi citado pela imprensa na divulgação dessa lei nacional, reforçando a importância de se conhecer a real realidade e os problemas que de fato afligem os professores da educação básica pública, para se planejar ações acertadas, direcionadas às reais necessidades verificadas”, conclui a professora Desirée Haikal.
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