O Museu Regional do Norte de Minas (MRNM), vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), convida o público para a abertura da exposição “O que brota do comum”, que ocorrerá no próximo dia 13 de junho, às 18h. A mostra reúne o encontro sensível das artistas visuais Denise Calasans e Samira Pavesi, propondo um mergulho poético no cotidiano e nas formas invisíveis que habitam o mundo.
A exposição estará aberta à visitação até o dia 6 de julho, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30, no Museu Regional, localizado na rua Coronel Celestino, nº 75, Corredor Cultural Padre Dudu, centro histórico de Montes Claros.
Para o diretor do MRNM, professor Georgino Jorge de Souza Neto, “a importância das coisas miúdas é revelar o mundo que se apresenta no universo das suas pequenezas”. Segundo ele, as obras da dupla dialogam diretamente com a poesia. “Assim como os poemas de Manoel de Barros, a arte de Denise Calasans e Samira Pavesi nos convida a olhar para a grandiosidade das coisas menores. Não tenho dúvida de que ‘o que brota do comum’ é o extraordinário”, conclui.
A curadora Gabriela Davies destaca que, a partir de gestos mínimos e de materiais muitas vezes ignorados, é possível reorganizar a percepção e “reencantar” a experiência de viver. A mostra propõe uma escuta atenta à linguagem silenciosa das coisas, perceptível tanto nas rachaduras do asfalto quanto nas camadas translúcidas da pintura.
Entre o orgânico e o industrial
Na exposição, as linguagens artísticas se entrelaçam a partir de diferentes matrizes. Denise Calasans parte de afetos, memórias e relações humanas para construir paisagens sensíveis por meio da pintura e de objetos simbólicos. Já Samira Pavesi utiliza materiais urbanos e estruturas de contenção para provocar releituras sensoriais e críticas dos espaços.
Essa convergência entre o orgânico e o industrial, entre o gesto urbano e as paisagens imaginárias, estimula a convivência de múltiplas linguagens e visões artísticas. A interação entre artistas de diferentes repertórios amplia a experiência estética do público, oferecendo vivências que dialogam com distintas sensibilidades. Dessa forma, o Museu se consolida como um espaço plural, de múltiplos acessos, significados e encontros.
Sobre as artistas
Denise Calasans
Carioca, artista visual, poeta, pesquisadora e educadora, Denise desenvolve uma obra marcada pela sensibilidade no trato das relações humanas, do cotidiano e da memória. Seu trabalho transita por temas como o afeto, o feminino, as paisagens e os modos de conexão contemporâneos, especialmente mediados pelas redes sociais.
Graduada em Design e mestre em Memória Social, Denise articula sua produção estética com práticas de pesquisa e a utilização de instrumentos e objetos lúdicos, abrangendo pintura, instalação, vídeo, objetos e intervenções urbanas. Sua poética emerge de uma escuta atenta ao entorno, na transformação de imagens e materiais em espaços de evocação afetiva. Objetos aparentemente banais são deslocados para o campo poético, convertendo-se em dispositivos de memória e sensibilidade.
Samira Pavesi
Artista inquieta e experimental, Samira constrói sua obra a partir de uma releitura crítica e sensorial de objetos cotidianos associados à contenção e segurança, como grades, telas e estruturas metálicas. Suas assemblages e instalações, compostas por materiais descartados, tensionam o espaço, provocando reflexões sobre os limites entre proteção e aprisionamento, liberdade e restrição.
Suas composições exploram camadas, sobreposições e ambiguidade simbólica, evidenciando uma estética comprometida com a sustentabilidade e o reaproveitamento poético da matéria urbana. Samira participou de residências artísticas em Portugal (NOWHERE e PADA Studios) e possui obras em acervos públicos em diferentes estados brasileiros.
No Comment