Documentário sobre Zé Côco do Riachão terá captação de recursos através da Lei Rouanet


O documentário sobre a vida e obra de Zé Côco do Riachão, o “Beethoven do Sertão”, dirigido por Andrea Martins, acaba de ser aprovado para captação de recursos através da Lei Rouanet, abrindo um novo caminho para a viabilização do projeto. O filme propõe resgatar a história e a obra de um dos mais geniais e injustamente esquecidos artistas da cultura popular do Brasil.

“Zé Côco foi um gênio autodidata, um mestre na construção de instrumentos e um dos grandes nomes da música tradicional brasileira. No entanto, é uma figura que permanece marginalizada na história da cultura nacional. Nosso documentário quer mudar isso”, afirma Andrea Martins.

Nascido em janeiro de 1912, durante a Folia de Reis, às margens do Riachão, Zé Côco teve uma trajetória marcada pelo talento e pela falta de reconhecimento. Multi-instrumentista, luthier e compositor, ele criou métodos próprios de execução musical, sobretudo na viola caipira, influenciando gerações.

“Não podemos permitir que um artista como Zé Côco desapareça na poeira do esquecimento. Seu legado é imenso, e embora haja muito material registrado sobre sua vida e obra, esses registros prescindem de serem organizados em um documento que seja acessível ao público em geral”, reforça a diretora. O documentário contará com a participação de Jackson Antunes como narrador e depoimentos de músicos, pesquisadores e familiares do artista, grande parte deles já gravada.

Lei Rouanet: como funciona o financiamento do filme

 

Com a aprovação na Lei Rouanet, empresas e pessoas físicas podem patrocinar o filme sem custo real, já que o valor investido pode ser abatido integralmente do Imposto de Renda a pagar, ou restituído, em caso de imposto descontado na fonte.”Muita gente desconhece esse mecanismo e acha que é um gasto, ou que o desconto no imposto só se aplica em casos de valores a pagar. Na verdade, é uma forma de direcionar parte do imposto de renda para um projeto cultural importante, seja descontando de valores a pagar ou restituindo valores já pagos na fonte”, explica Andrea Martins.

Pessoas físicas podem destinar até 6% do imposto devido no ano, enquanto empresas tributadas pelo lucro real podem investir até 4%. “Esse financiamento será importante especialmente para adquirir imagens de arquivo de programas de TV nos quais Zé Côco se apresentou, e para o processo de montagem e finalização do filme, que é a parte mais difícil e cara”, destaca Martins. Ela se diz confiante de que com o mecanismo, o projeto será finalmente concluído, e ressalta a rapidez que o projeto foi aprovado pelo Ministério da Cultura em menos de 30 dias, o que prova o seu potencial e importância.

O documentário está em fase de captação de recursos e qualquer interessado, pessoa física ou jurídica, pode apoiar financeiramente a produção, entrando em contato com a produção através dos canais oficiais da diretora e do filme. “É uma chance de corrigirmos uma injustiça histórica e dar ao Brasil um filme que ele precisa e merece”, conclui Andrea Martins.

Previous CIMAMS PARTICIPA DA PLENÁRIA DE SAÚDE DO(A) TRABALHADOR(A) EM SÃO JOÃO DO PACUÍ
Next Congresso Internacional da Unimontes abre inscrições para selecionar Avaliadores de Trabalhos Científicos  

No Comment

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *