Cidade tem aumento no custo de vida em março


Alimentação e Saúde são destaques no IPC Moc  

Montes Claros registrou aumento na inflação de fevereiro para março deste ano. É o que mostra a pesquisa de variação de preços realizada pelo Setor de índice de Preços ao Consumidor do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), que calcula o Índice de Preços ao Consumidor do Município de Montes Claros (IPC Moc). O indicador da evolução do custo de vida das famílias montes-clarenses saltou de 0,60% para 0,64% no período. O acumulado no ano chega a 1,21%.

Dos sete grupos que compõem o IPC Moc, cinco apresentaram variação positiva (Alimentação; Saúde e Cuidados Pessoais; Habitação; Artigos de Residência e Serviços Domésticos e Educação e Despesas Pessoais) e dois variação negativa (Transportes e Comunicação e Vestuário).

Alimentação

O Grupo Alimentação teve o maior peso na composição do orçamento doméstico no mês passado, com variação positiva de 2,21% e contribuição de 0,65% para o resultado final do IPC Moc.

Entre os produtos com variação positiva estão café, 9,08%; ervilhas, 4,32%; iogurte, 3,68%; almondega, 3,54%; maionese, 2,98%; requeijão cremoso, 2,79%; banha fresca, 2,74%; bolo, 2,72%; bacon, 2,56%; manga, 33,97%; beringela, 14,86%; tomate, 14,42%; vagem, 12,98%; melancia, 12,32%; pimentão, 10,67%; repolho, 10,51%; couve flor, 8,97%; morango, 8,78%;ovos, 6,78%; carne avícola, 3,52%; miúdos e vísceras, 2,54%; leite pasteurizado, 0,71%.moquecas/peixes fritos e grelhados, 4,52%; tabua de frios, 8,78%; e refrigerantes, 1,24% e parmegiana, 1,11%.

Já entre os produtos que caíram de preço estão sal, -1,54%; maisena, -1,53%; óleo de oliva, -1,22%; óleo de girassol, -1,19%; milho de pipoca, -1,11%; farinha de mandioca, -1,05%; sucos de garrafa, -1,04%; catchup, -0,85%; chuchu, -27,42%; beterraba, -10,42%; goiaba, -9,05%; cenoura, -8,76%; banana prata, -4,75%; abacaxi, -4,21%; abacate, -3,76%; batata inglesa, -1,97%; arroz, -2,28%; carne bovina, -1,13% e carne suína, -1,07%.

Saúde e Cuidados Pessoais

O Grupo Saúde e Cuidados Pessoais vem logo a seguir, com variação positiva de 0,68% e contribuição de 0,07% no resultado final do índice.

Entre os serviços/produtos que mais subiram estão radiografias,14,41%; exame de laboratório, 1,92%; antitérmico, 5,22%; fortificante, 4,07%; expectorante, 1,28%; antivirais, 0,84%; suplemento alimentar, 4,29%; desodorante, 3,39% e barbeador, 2,51%.

Os serviços/produtos que se tornaram mais acessíveis estão antidepressivos, -4,20%; colesterol, -1,72%; hipertensivos, -1,34%; álcool, -5,01%; enxaguante bucal, -4,06%; pente, -3,55%; perfume, -3,13%; fio dental, -2,92% e creme barbear, -2,83%.

Demais grupos

Os grupos Habitação e Artigos de Residência e Serviços Domésticos apresentaram, cada um, variação positiva de 0,15% e contribuição de 0,03% no resultado final do índice.

Já o Grupo Educação e Despesas Pessoais, com variação positiva de 0,26%, contribuiu com 0,02% no resultado final do índice.

O Grupo Transportes e Comunicação apresentou variação negativa de -0,17% e contribuição também negativa de -0,03%no resultado final do índice.

O Grupo Vestuário teve variação negativa de -1,83% e contribuição de negativa de -0,11% para o resultado final do índice.

Proposta e metodologia

A proposta do Departamento de Economia da Unimontes é medir, ao longo do tempo, o nível geral de um conjunto de produtos, bens ou serviços no varejo, esses itens atingem o consumidor final e servem de referência para avaliação do poder de compra da população. O estudo é feito desde 1982, com base nas despesas de consumo obtidas por meio da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), que possibilita conhecer quais são os bens e os serviços utilizados durante um ano pelas famílias, além da representatividade de cada um deles na despesa global das famílias.

A metodologia de cálculo é a comparação dos preços médios do mês atual com os preços médios do mês imediatamente anterior. Os preços são pesquisados por equipe de seis coletadores, todos acadêmicos do curso de Economia da Unimontes, que visitam 400 estabelecimentos varejistas, distribuídos nos diversos bairros da cidade. O início da coleta de preços ocorre todo primeiro dia útil do mês.

Cesta Básica

Os preços dos gêneros básicos que compõem a Ração Essencial Mínima registraram alta de 1,74% em março, contra 0,55% do mês anterior. As informações necessárias para o cálculo da Cesta Básica (CB) de Montes Claros utilizam a base de dados da pesquisa mensal de preços ao consumidor, que visa à produção do IPC Moc.

O trabalhador local, com renda bruta de R$ 1.518 utilizou, em março, 38,86% de seu salário para a compra dos 13 produtos que compõem a Cesta Básica e respectivas quantidades. A CB custou ao trabalhador R$ 589,96 em oposição a R$ 579,83 de fevereiro.

“Desses 13 itens, mesmo com alguns produtos tendo variação negativa, isto é, ficaram mais baratos em março do que em fevereiro, três deles – café, tomate e açúcar – tiveram aumento tão elevado que fizeram com que esse índice fosse alto”, destaca a professora e economista Vânia Silva Vilas Bôas, coordenadora do IPC Moc.

De janeiro a março de 2025, registraram aumentos de preço na Cesta Básica batata, 5,12%; tomate, 13,84%; café, 8,47% – que, nos últimos cinco meses, tem pressionado a inflação – e, açúcar, 1,63%. Enquanto ficaram mais baratos arroz amarelão, -2,70%; carne bovina, -1,20%; óleo de soja, -0,58%; feijão, -0,12% e, banana caturra, -0,07%.

O leite tipo C, a farinha de mandioca, o pão de sal e a margarina mantiveram preços estáveis em relação ao mês anterior.

Após a aquisição da Cesta Básica restaram ao trabalhador somente R$ 928,04 para as demais despesas como moradia, saúde e higiene, serviços pessoais, lazer, vestuário e transporte.

Segundo ela, “a expectativa é que agora, no mês de abril, quando teremos a entrada de safra, principalmente de hortifruti e de muitos legumes, como também a entrada de produtos com a redução zero do ICMS, esses produtos, chegando ao supermercado com preços mais baixos, tenham um preço mais acessível para o consumidor final”.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da Cesta Básica, em março, foi de 106 horas e 22 minutos, contra 104 horas e 33 minutos do mês anterior.

Previous Unimontes participa de evento nacional sobre equidade no SUS, em Vitória (ES)
Next Aula Magna marca início do curso de Cinema e Audiovisual da Unimontes

No Comment

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *