Setembro Dourado: espalhando conscientização e esperança


Fundação Sara dá início à campanha de conscientização sobre o câncer infantojuvenil

O mês de setembro é marcado pela campanha “Setembro Dourado”, um período para intensificar o alerta para as famílias e profissionais de saúde sobre a importância do diagnóstico precoce, visando reconhecer sinais e sintomas sugestivos da doença. O mês abre o trimestre dedicado à conscientização sobre o câncer: Setembro Dourado, Outubro Rosa e Novembro Azul.

As três campanhas têm um objetivo em comum: promover ações de incentivo ao diagnóstico precoce que, no caso do câncer infantojuvenil, se aliado a um tratamento de qualidade em centros especializados, contribui para que as chances de cura ultrapassem 80%, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Um dado animador quando estamos diante da principal causa de morte por doença na faixa etária entre 01 e 19 no Brasil.

Desde 1998 contribuindo para o tratamento do câncer infantojuvenil, a Fundação Sara lançará a campanha nesta sexta-feira, 01 de setembro, com um momento de conscientização para colaboradores e voluntários para que possam propagar a mensagem durante o mês.  A ação acontecerá na sede da instituição e será conduzida pelas oncopediatras Eliana Cavacami e Sabrina Eleutério.

A importância do diagnóstico precoce

Para que o diagnóstico seja precoce e, consequentemente, as chances de cura sejam maiores, é preciso redobrar a atenção para alguns sinais e sintomas que persistem, como exemplifica a oncopediatra da Fundação Sara, Sabrina Eleutério. “Febre, manchas roxas pelo corpo que não estão associadas a traumas, dores de cabeça, crescimento de linfonodos (ínguas) não associados a um quadro inflamatório ou infeccioso, dores ósseas e dor abdominal junto ao aumento de volume do abdome são alguns dos sinais que geram alerta”. Sintomas como esses são bem comuns em várias doenças da infância, o que gera uma grande dificuldade de rastreamento das neoplasias.

A pequena Letícia Vitória, de Fruta de Leite/MG, foi diagnosticada em fevereiro deste ano, com apenas 2 aninhos, depois de muita demora, pois os sinais e sintomas foram confundidos com os de outras doenças. “O primeiro sinal foi um caroço no pescoço, mas pensamos que ela tinha se machucado na escola com os amiguinhos. Com o tempo, ele foi crescendo e veio a suspeita de caxumba pelos médicos, que foi descartada após fazer alguns exames. Depois de meses de investigação, viemos para Montes Claros e os médicos realizaram uma segunda biopsia da amostra, onde foi constatada a leucemia”, relata a mãe, Kelly.

 

Letícia Vitória, 2 anos, assistida da Fundação Sara.

Sabrina Eleutério explica que as neoplasias mais comuns na infância são, em primeiro lugar, as Leucemias — câncer apresentado por Letícia. Outros tipos de tumores como os linfomas, os tumores sólidos do encéfalo, os neuroblastomas e os tumores renais, como o de Wilms, também são frequentes nessa faixa etária. Portanto, o acompanhamento pediátrico de rotina é essencial para que a criança seja referenciada a uma avaliação e tratamento imediato, aumentando assim suas chances de cura.

Graças ao diagnóstico efetivo e à assistência recebida pela Fundação Sara durante o tratamento, Letícia comemorou recentemente sua última quimioterapia. O acompanhamento médico continuará, mas, sem dúvida, uma grande etapa de seu tratamento foi vencida.

Sabrina Eleutério também explica que ter acesso a uma equipe multidisciplinar é essencial para o cuidado geral do paciente durante o tratamento. “A Fundação Sara atua mesmo antes do câncer entrar em cena. Um dos 11 programas da instituição é o ‘Conhecimentos que Curam’, que capacita profissionais da saúde e público em geral para estarem alertas aos sinais e sintomas do câncer infantojuvenil, afinal, diagnóstico precoce, associado a tratamento em centros especializados representam mais de 80% das chances de cura”, enfatiza a médica. Além disso, a Fundação Sara oferece toda a estrutura da casa de apoio para que as famílias possam ficar pelo tempo que for necessário em Montes Claros ou Belo Horizonte durante o tratamento.

O Câncer Infantojuvenil Existe de Verdade

No Brasil, quando o motivo é doença, o câncer infantojuvenil é considerado a primeira causa de óbito na faixa etária de 01 a 19 anos. Em países com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), as chances de sobrevida chegam a 85%, enquanto no território brasileiro esse índice alcança a média de 60%, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Com a finalidade de conscientizar a população, além de autoridades municipais, estaduais e federais sobre a importância do diagnóstico precoce mediante a percepção dos principais sinais e sintomas, a Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (CONIACC) lançou este ano a campanha “O Câncer Infantojuvenil Existe de Verdade”. A campanha de caráter nacional utiliza personagens do imaginário infantil para mostrar a realidade dura e silenciosa da doença. De forma lúdica, a girafa motorista, o elefante cor de rosa e a zebra voadora passeiam por cenários urbanos, misturando-se ao cotidiano de pessoas comuns na tentativa de romper o preconceito e a negação existentes em torno do câncer infantojuvenil.

“Diferente do adulto, raramente são detectados, no paciente infantojuvenil, fatores externos que estejam vinculados ao surgimento da doença. A sua origem está, na maioria das vezes, em células responsáveis pela formação dos diversos tecidos da criança na vida intrauterina. Como essas células têm alto grau de replicação, o câncer proveniente delas costuma ser mais agressivo e de evolução rápida. Porém, também responde melhor ao tratamento quimioterápico convencional, tendo maior chance de cura”, adverte a médica especialista em Hematologia e Oncologia, Teresa Cristina Cardoso Fonseca, que também preside a CONIACC.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima o surgimento de cerca de 403 mil novos casos de câncer em crianças e adolescentes, anualmente, e a cada três minutos uma criança morre vitimada pela doença. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer contabilizou 12,5 mil novos casos por ano, somente entre o biênio 2018-2019, e de acordo com estimativas, em torno de 3,8 mil crianças não conseguem sequer chegar ao tratamento, anualmente.

Sobre a Fundação Sara

A Fundação Sara foi instituída em junho de 1998, na cidade de Montes Claros/MG, com o intuito de oferecer amparo a todas as famílias da região com crianças e adolescentes com câncer. O desejo de criar uma instituição filantrópica nasceu no coração de Álvaro e Marlene, pais da pequena Sara, que durante mais de dois anos lutou para vencer a doença, mas infelizmente não resistiu.

Quem acompanhou a história de luta da família se comoveu e se juntou à causa e, assim, a Instituição foi ganhando força. A missão de oferecer assistência social foi ampliada para outros eixos, como o trabalho de diagnóstico precoce, realizado na região; as significativas contribuições aos hospitais onde as crianças e adolescentes se tratam; e a criação de uma filial na capital mineira, em 2010. Em 25 anos de atuação, já são mais de 1.500 famílias amparadas.

Em 2018, 2020 e 2022 a Fundação Sara foi reconhecida pelo Instituto Doar e Rede Filantropia como uma das 100 Melhores ONGs do Brasil em gestão e transparência. Em 2022, a instituição foi contemplada com o Prêmio Integridade pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), comprovando sua atuação com boas práticas de gestão, governança, integridade e conformidade em Minas Gerais. Para saber mais sobre o trabalho da Instituição acesse www.fundacaosara.org.br.

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